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E Agora!? Veículos com menos de 1,5 toneladas: Roubo de carga, roubo de rua ou de veículo?

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E Agora!? Veículos com menos de 1,5 toneladas: Roubo de carga, roubo de rua ou de veículo?

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Aumento de registros polícia retoma regra que limita roubo de carga a caminhões e vans

A partir de agora, quando a carga for roubada de veículos com menos de 1,5 tonelada, como motos e carros de entregas, a classificação poderá ser feita como roubo de rua ou de veículo.

O aumento de 44,1% nos roubos de carga em março, comparado ao mesmo mês do ano passado (de 340 para 490), fez com que a Polícia Civil retomasse uma portaria de janeiro do ano passado que não estava sendo seguida. Desde abril, a cúpula da corporação tem enviado alertas em grupos fechados de WhatsApp a seus integrantes estabelecendo critérios para o enquadramento do roubo ou furto de carga. Para o registro e investigação, as mercadorias têm que ser transportadas por caminhões e vans. Quando a carga for roubada de veículos com menos de 1,5 tonelada, como motos e carros comuns que fazem entregas, a classificação poderá ser como roubo de rua ou veículo. Essa mudança traz como consequência a redução do índice.

Outros critérios

De acordo com a portaria, os veículos de passeio com menos de 1,5 tonelada só podem ser classificados na modalidade roubo de carga se tiverem quatro requisitos: a placa vermelha, a nota fiscal, a inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga e o seguro obrigatório de responsabilidade civil do transportador.

Outra orientação da Polícia Civil é a de que delegados fiquem atentos à “comunicação falsa de crime”. Para evitá-la, os registros têm que ser feitos pelas vítimas na delegacia. O diretor de segurança do Sindicarga e Carga Blindada, Marcelo Turbo, diz que a medida ajuda investigadores a cruzarem dados sobre as quadrilhas:

— O que vem acontecendo no Rio é resultado da ADPF das Favelas, que não permite que a polícia atue nas favelas para reprimir o roubo de carga. O Rio está deixando de ser competitivo. O empresário tem receio de investir aqui. Hoje só é possível entrar na Nova Holanda (Complexo da Maré) com o Bope.

Com o aumento do número de roubos de carga no Rio, a presidente do ISP, Marcela Ortiz, se reuniu com o governador Cláudio Castro, no dia 4 de abril, para definir as metas no combate ao crime. Ele está entre os que tiveram resultados indesejados no primeiro trimestre de 2023. Em relação ao mesmo período de 2022, houve um aumento de 9,7%.

A área da 59ª DP (Caxias) foi a que registrou o maior aumento de casos em números absolutos. No primeiro trimestre deste ano, foram 155 registros — 69 a mais do que no mesmo período de 2022.

Entre as causas para as metas não terem sido alcançadas, o ISP destacou a dificuldade da atuação do poder público na fiscalização, em razão da ação das organizações criminosas bloquearem a atuação no interior das comunidades e nos arredores. Diante disso, o instituto colocou como objetivo intensificar operações em bairros que circundam as regiões mais violentas, impedindo a venda de produtos roubados e locais para depósito, além de propor a instalação de sistemas de monitoramento de vias públicas, com leitores de placa OCR, e a criação de forças-tarefas para investigações.

O secretário da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, sinalizou, no dia 27 de abril, durante uma reunião do Conselho Diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), que a Polícia Civil, em parceria com a Polícia Militar, está trabalhando, entre outras ações, no desenvolvimento de um aplicativo para auxiliar os motoristas que forem rendidos:

Há 29 anos nas estradas, Samuel Pedro de Araújo, de 59 anos, já foi assaltado dez vezes no Rio de Janeiro. O último caso ocorreu à luz do dia, no fim do ano passado, na Avenida Brasil. O caminhoneiro foi abordado na altura do Trevo das Margaridas e levado para a comunidade do Dique, em São João de Meriti.

— Aqui na Avenida Brasil pode ser de dia, pode ser à noite… bandido não esquenta a cabeça com isso, não. Se eles tiverem que assaltar, eles vão, porque eles sempre estão com um grupo grande — afirmou.

A Polícia Civil enviou a seguinte nota informando que “por meio da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), em conjunto com outras delegacias especializadas e distritais, combate diariamente os roubos de cargas em todo o estado do Rio de Janeiro. Esse trabalho é fundamental, uma vez que as organizações criminosas utilizam os recursos advindos da venda dos produtos subtraídos para financiar suas ações de domínio territorial, com a restrição de liberdade dos moradores das comunidades ocupadas por elas. Com base em informações de inteligência, planejamento e estratégias operacionais, iniciativas estão em andamento para combater esta modalidade criminosa, como as operações Torniquete e Vigilância Integrada. Esta última em parceria com a Polícia Militar.”

Fonte: https://extra.globo.com/rio/casos-de-policia/noticia/2023/05/apos-aumento-de-registros-policia-retoma-regra-que-limita-roubo-de-carga-a-caminhoes-e-vans.ghtml