Autor: Raphael Alves I MBS
Analista de Segurança Patrimonial – Avianca Brasil – Brasiliano & Associados
Ex-militar do Exército Brasileiro, formado em Gestão de Segurança Privada, MBA em Gestão de
Projetos e extensão universitária Master Business Security.
A segurança patrimonial (empresarial/corporativa) vem gradativamente tomando seu definitivo espaço dentro das organizações, com isso, a cada dia esta área (departamento) ganha notória visibilidade sendo constantemente acionada para participar dos fóruns internos de discussões sobre os mais variados e diferentes temas do dia a dia, ligados tanto diretamente quanto indiretamente a suas atividades.
Os cenários encontrados pelo gestor de segurança são sempre desafiadores, exigindo dinamismo e autocontrole para a solução de problemas, problemas dos quais em sua grande maioria não se tem a devida tratativa para solucioná-los e acabam por receber ações “imediatistas” para estancar e tirar foco do problema, ou seja, o famoso “apaga incêndio”. Por não ter uma base de dados (indicadores) para mapeamento e tratamento de ocorrências acaba-se por não encontrar a causa raiz e não se fazendo as devidas análises para ações efetivas, fazendo com que os mesmos problemas ressurjam constantemente forçando o gestor a desperdiçar esforços e investimentos desnecessários em ações ineficazes.
Partindo da definição, considerando-se que – Problema é um resultado indesejável de um trabalho, podemos elencar alguns exemplos de “sintomas de problemas” dos quais requerem a atenção do gestor de segurança, sendo eles:
- Número elevado de ocorrências;
- Alto índice de absenteísmo;
- Baixa qualidade dos serviços entregues por prestadores de serviços;
- Pessoal desmotivado;
- Rotatividade de efetivo;
- Desperdícios em geral e etc.
Os problemas costumam gerar perdas e podem afetar a sobrevivência de uma empresa.
Partindo do fato em que – Não há culpados para os problemas da empresa, pois existem causas, podemos citar algumas das mais conhecidas ferramentas da qualidade (vide abaixo) que podem auxiliar o gestor em uma análise e mapeamento de seus indicadores e possíveis problemas, auxiliando-o na tomada de decisão, tendo consigo uma visão por completa de onde atuar com esforços e investimentos para mitigar suas principais causas/fatores e após, aplicar um plano de monitoramento efetivo para acompanhamento e tratamentos pontuais caso haja a necessidade.
- Brainstorming: Usada para gerar ideias rápidas e em grande quantidade;
- Diagrama de dispersão: Permite a identificação do grau de relacionamento entre duas variáveis consideradas numa análise;
- Matriz G.U.T.: Utilizada para priorização das diversas ações a serem tomadas em plano de ação;
- Diagrama de Pareto 80:20: Onde exemplificando fala-se que 20% dos problemas representam 80% dos custos de desperdícios;
- Causa e efeito (diagrama de Ishikawa): Ferramenta destinada ao mapeamento de causas/fatores das quais consiste o problema;
- 5w 2h: Utilizada para planejar, organizar e administrar ações a serem tomadas;
- Método DMAIC: Utilizada em sua grande maioria com a finalidade de melhorar processos já existentes.
Tendo essas e muitas outras ferramentas a disposição para análise, mapeamento e identificação de problemas, podemos visualizar de forma um pouco mais ampla algumas aplicações conforme exemplo abaixo:
Exemplo ilustrativo – Análise e mapeamento de indicadores.
- Faltas e atrasos
Obs.: Importante na análise prévia dos indicadores, considerar e analisar os períodos sazonais, férias, épocas relevantes à atividade fim da empresa e etc., pois podem impactar no mapeamento e possíveis causas dos problemas.
Com o conhecimento dos sintomas e das causas primárias, é importante também conhecer as diferenças entre os tipos de ações que podem ser tomadas como:
- Ação reativa: Trata o efeito, não assegura que ele não possa recorrer, apenas dispõe sobre o que fazer com o efeito indesejado, decisão tipicamente operacional, não requerendo análise.
- Ação corretiva: Elimina a causa/fator real ou minimiza a influência de uma causa isolada sobre o efeito indesejado, atuação no processo com o objetivo de impedir a recorrência do problema ou melhorar os índices de desempenho planejados.
- Ação preventiva: Levam-se em consideração todas as causas potenciais que possam influenciar direta ou indiretamente o efeito (problema) em maior ou menor intensidade, atuação no sistema como um todo para bloqueio das causas potenciais, não apenas em um processo do sistema.
Levando em consideração o modelo ilustrativo e suas aplicações, podemos aplicar a diversas áreas de negócios, a área de “Prevenção de Perdas”, por exemplo, podemos aplicar aos indicadores de ocorrências dos P.A.R. (Produto de Alto Risco) ou até mesmo nos P.A.Q. (Produto de Alta Quebra) podendo mapear e redesenhar os processos através de fluxogramas.
Importante destacar que toda implementação de uma solução requer um planejamento, e para cada solução a ser implementada requer que se tenha validação para que após sua implementação se tenha comprovação da eficácia das ações.
Fonte: https://www.linkedin.com/in/raphael-alves-i-mbs-a6a70472/