ISP mostra que há necessidade, porém, de medidas do tipo contra roubo de carros, ônibus e celulares
O Dia Rio – A ação conjunta das forças nacionais nas rodovias e uma mudança de estratégia da Polícia Militar foi a responsável pela redução de cargas em 45,6% no mês de agosto em relação ao mês de maio deste ano, registro recorde do crime. O dado foi divulgado pelo Instituto de Segurança Pública ontem. Como O DIA havia antecipado, os roubos a carros, ônibus e celulares aumentaram mesmo com a atuação das Forças Armadas. Somente o de veículos aumentou em 51,7%.
Apesar da atuação da Força Nacional em 16 pontos ao redor dos Complexos da Pedreira e do Chapadão, os roubos de cargas não diminuíram ainda mais por um motivo: os agentes federais não trabalham entre 17h e 7h. Além disso, o policiamento fica desfalcado no horário de almoço. Aproveitando essas brechas, criminosos continuam atacando os caminhões com cargas, principalmente na madrugada.
Foi o que ocorreu ontem, quando um motorista que transportava produtos de beleza foi abordado na Avenida Brasil. Mantido refém, ele foi obrigado a dirigir até o interior da Favela da Quitanda, em Costa Barros, Zona Norte. No local, criminosos ligaram para a empresa, solicitando o desbloqueio da trava de segurança do compartimento de cargas.
O DIA teve acesso ao áudio do telefonema. Em um dos trechos, irritado com
a demora no desbloqueio, um homem, que se identifica como o “dono da favela”, ameaça atirar contra a cabeça do motorista caso a carreta não fosse desbloqueada.
Após a retirada da mercadoria, o motorista foi liberado. Durante a manhã, a Polícia Militar fez uma operação e conseguiu recuperar a carga de produtos de beleza em uma casa abandonada, usada para armazenar cargas roubadas.
Há dois meses no comando do 41º BPM (Irajá), o coronel Maurílio Nunes, mudou a estratégia de policiamento. “Começamos a fazer abordagens e reforçamos o policiamento nos principais pontos que os criminosos passam antes de entrar nas comunidades”, disse. Nos últimos três dias, cinco cargas foram recuperadas pelos policias do batalhão, sendo quatro ainda em deslocamento para as favelas.
“Os danos colaterais de uma operação devem ser avaliados. Na última semana, os criminosos aproveitaram a saída da Força Nacional para o almoço e roubaram uma carga. Os enfrentamos, recuperamos a carga, sem feridos”, afirmou Nunes. Nove pontos ao redor dos complexos do Chapadão e Pedreira receberam policiamento extra.