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Executivos de segurança corporativa ou simplesmente chefe da segurança?

roubo de carga, estatísticas,acidentes de trânsito

Executivos de segurança corporativa ou simplesmente chefe da segurança?

roubo de carga, estatísticas,acidentes de trânsito

Autor: Gerson Borges, é Mestre em Gestão Empresarial pela FGV

Certificado como CPP pela ASIS e DSE pela Universidad Pontificia Comillas de Madrid. Atualmente é o Gerente de Segurança do Brasil e LATAM Cone Sul da Baker Hughes International, uma empresa GE.

  De acordo com Peter Drucker, “a primeira obrigação de um negócio é sobreviver e o princípio orientador da gestão de um negócio, é evitar a perda – e não a maximização do lucro.”

O grande problema é que muitas vezes os gestores de segurança sequer conseguem entender que a segurança é uma área-chave na estrutura organizacional de uma empresa e que a moderna segurança empresarial ou a segurança corporativa, deve ser vista como “integral” para as atividades que são desenvolvidas na empresa.

A segurança não é uma função separada das demais em uma empresa. Na verdade, muito pelo contrário, ela deve estar junta com as demais áreas de gestão, adicionando valor para a empresa.

Dentro deste contexto, é fundamental que os gestores de segurança falem a linguagem de executivos da empresa – a chamada linguagem de negócios -, mas para isto, necessitam de conhecimento de gestão empresarial.

É importante que um executivo de segurança empresarial / corporativa saiba “vender”a segurança internamente, para que todos os funcionários se engajem e sejam partícipes, em todos os níveis, de suas ideias com relação à segurança.

O problema aí reside no fato de que infelizmente, ainda,  alguns gestores sequer sabem criar suas métricas para adicionar valor à empresa, porque muitos não entendem que sem estas métricas não é possível mostrar valor, de uma maneira que o nível executivo – o famoso C’Level da empresa – possa entender como a área de segurança está adicionando este valor à atividade empresarial / corporativa.

Para provar este valor agregado à atividade empresarial, os gestores precisam conhecer, de forma bastante acurada a necessidade primordial de saber apresentar de forma profissional e objetiva as vantagens e benefícios da área de segurança.

Este executivo de segurança, quanto maior o nível em que se encontra, deve conhecer não somente a sua área professional de security, mas também e sem nenhuma dúvida, devem entender de gestão de negócios, para poder discutir com os demais gestores da empresa os seus aspectos fundamentais, sob pena de ficar alijado das discussões corporativas.

Alguns aspectos, em minha opinião, devem ser observados pelos gestores de segurança para tentar diminuir estas lacunas e para que possamos influenciar na tomada de decisão empresarial. É claro que estamos falando aqui de somente três aspectos, o que de maneira alguma esgota as necessárias competências destes executivos de security.

Inicialmente – O CONHECIMENTO DE SECURITY E DE NEGÓCIOS. Não se admite, por exemplo, um gestor de security falar que analisa risco por SWOT – sabe-se lá onde ele aprendeu isto, pois todos sabemos que, em nossa área específica, SWOTserve para identificar riscos (dinâmicos ou puros), ameaças e as vulnerabilidades empresariais, pois nos pontos fortes, somente reforçaremos as ideias e projetos internos. A área de security tem, do mesmo modo que a área de safety, suas análises de riscos específicas e, se um profissional da área de gestão de segurança não conhece estes temas, é melhor mudar de área.  Isto porque não estou falando de justificativa de investimentos em segurança, ROI, VPL, análise custo-benefício, análise custo-efetividade, etc.

Outro aspecto fundamental diz respeito ao CONHECIMENTO DE IDIOMAS, pois se o gestor não conhecer ao menos um idioma além do inglês, certamente não entrará no nível decisório de empresas multinacionais e pior, sem o conhecimento do idioma ingles, ficará muito difícil se atualizar em nossa área de security. Simples assim.

E finalmente reputo também como fundamental, a CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO deste executivo de segurança. Sem esta capacidade nós gestores de segurança não teremos condições de mostrar o nosso trabalho, de “vender”a segurança.

A capacidade de se comunicar em todos os níveis e também de fazer apresentações desde o “chão de fábrica” até o board da empresa, é imprescindível para um gestor de segurança pois, este “marketing interno” é crucial para a nossa área de gestão, pois se o executivo de segurança não fizer bem este trabalho, simplesmente ninguém, absolutamente ninguém, sabe que a segurança cria valor para a empresa e continuarão achando que nós gestores de segurança servimos somente para fazer escalas de vigilantes, confeccionar crachás e consertar câmeras de CFTV.

Isto simplesmente não é a função de um executivo de segurança empresarial / corporativa, mas para isto temos que provar a que viemos, porque senão, seremos para sempre vistos como o Chefe da Segurança!!!!

Fonte: https://www.linkedin.com/in/gerson-borges-msc-cpp-6493482/