Aumento dos roubos de carga alimenta clima de insegurança entre motoristas nas estradas que cortam Minas. Média alcança 54,4 casos por mês, concentrados no Triângulo e RMBH
Em.com.br MG – O medo viaja de carona em caminhões de empresas de transporte de cargas em Minas. Os assaltos cada vez mais constantes criaram um clima de insegurança entre motoristas. Em alta nas estatísticas da violência, os roubos de cargas passaram de 206 entre janeiro e maio do ano passado para 272 no mesmo período deste ano, um aumento de 32%. Ao longo de 2016, foram 569 ocorrências no estado, média de 47,4 crimes por mês. Neste ano, a média já é maior: 54,4 casos a cada mês.
Diferentemente do passado, quando os ataques ocorriam geralmente à noite, os roubos de carga vêm sendo registrados a qualquer hora do dia, com pico também pela manhã, entre as 7h e as 10h, e na madrugada, no intervalo das 22h às 5h. “Temos aconselhado as empresas a não liberarem seus veículos para rodar nesses horários”, informa o assessor de Segurança do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Ivanildo Manoel dos Santos.
Segundo Santos, a dinâmica dos crimes relatada pelas vítimas é semelhante em grande parte dos casos. “Os criminosos usam um carro para abordagem. Emparelham o veículo ao lado do caminhão em movimento apontando uma arma para o motorista e o mandam encostar, momento em que anunciam o assalto”, explica. Na maioria das vezes, conta, os caminhões são levados a um ponto fora da estrada e abandonados após a retirada da carga. As armas usadas nessas ocorrências, de modo geral, são pistolas e até mesmo revólveres, mas Santos afirma que há casos em que bandidos agem com armamento pesado, como submetralhadoras. “Os motoristas hoje saem de casa com medo, sem saber se vão voltar. Já vão trabalhar com esse sentimento”, diz. Entre as cargas mais visadas pelos bandidos estão as de cigarro, eletrônicos, bebidas, cosméticos, combustível e confecção.